quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Se encontrar para mudar ... e permanecer!!!


Tantas e tantas vezes durante nossa vida nos sentimos sós, perdidos na imensidão de nossos desejos, de nossos desafetos, ou na expectativa esperançosa de algo que ainda estar por vir. É claro, que experiências novas se completam com a necessidade que temos de criar em torno de nós um porto seguro, um local de segurança para as nossas inseguranças.

Voltando-nos para dentro (me perdoem a redundância), nos encontramos com nossos medos, angústias, com aqueles desejos impublicáveis, isto é, nos encontramos conosco. Nos encontramos sem máscaras... Fragmentos de nossa existência que agora se juntam, se amasiam, se reintegram a intereza de nosso ser.

Falo isso, porque nós não somos como muitos (e até eu, você) pensamos. Não somos só fragmentos, devaneios, contradições, limitações, somos seres que, apesar de tudo isso que hora fora escrito, continuamos a ensaiar a busca da perfeição. Não perfeição como se apresenta hoje em nossa sociedade: uma mulher sem celulite, um homem rico, pessoas com padrões estéticos pré-estabelecidos. Buscamos a perfeição do ser e essa perfeição passa por todo o processo de nossa vida.

Portanto, parafraseando o filósofo Mario Sérgio Cortella, nós somos seres que "não nascemos prontos", pois, se nascêssemos prontos, iríamos nos gastando no decorrer do anos. O que acontece conosco é que nascemos "não prontos", e vamos nos fazendo com o passar do tempo, porque, o que nasce pronto é limitado, tem data de validade... o que nasce pronto e vai se gastando é: geladeira, fogão, sapato...

Vamos nos fazendo e nos (re)fazendo dia a dia. Não como seres inéditos, diferentes do dia anterior, mas como pessoas que apesar de sermos os mesmos, continuamos o nosso processo de mudança positiva.

Como diria Dom Helder Câmara: "É preciso mudar muito para permanecer sempre o mesmo"

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O QUE ACONTECE...

Querid@s Amig@s,

Sei que estou em débito com vocês, pois, a muito tempo não posto por aqui.

Porém, o que me levou a escrever com ajuda da Suyanne, foi o "o que está acontecendo" com nossa realidade: catástrofes, mortes...

Com minha filosofia de butiquim gostaria de puxar uma reflexão sobre os tipos de mortes que estão ocorrendo nesses últimos tempos. Podemos caracterizar a morte como uma realidade enquanto processo natural de nossa existência, o fato de perdermos alguém querido léva-nos a desenvolver o "medo da morte", nisso, algo natural transforma-se em desnaturalizado (sem natureza).

Tenho acompanhado com muita tristeza as catástrofes naturais que assolam o sudeste do país. Me comovo, sinceramente, me comovo ao ver pessoas desesperadas com a perca de 2.. 3... 15 parentes! Como pseudo teólogo, me sinto intimado a pensar teologicamente essas mortes.

Nossa realidade traz cada vez mais mortes "coletivas". Isto é, desastres que realizam grandes calamidades em uma população. Para o teólogo, não basta refletir a quantidade de mortes ocorridas nesses desastres, mas, que significado essas mortes trazem para a sociedade orfãn e onde estava Deus...

É claro que a imagem que faz-se de Deus irá desenvolver o rumo da reflexão. Partindo do princípio de um Deus que é gerador de vida, não se pode admitir a idéia em que Deus é réu nesse processo. Nossa (in)responsabilidade é a causadora disso tudo. Não conseguimos perceber (ou não queremos), que a nossa "casa comum" está desintegrando-se rapidamente, e que isso se deve ao fato da nossa individualidade social.

E as mortes??? Sempre quando nos deparamos com algo extremamente doloroso semelhante a morte, sente-se a necessidade de converter a perca em aprendizagem. Nisto, estou afirmando que a morte não tem a última palavra! Isso é Ressureição... A morte tem que ser geradora de vida! Esse  paradoxo não é metafísico, é existencial.

A morte gera vida quando desenvolve em nós ações concretas de mudança, os gregos chamavam de metanóia, uma mudança profunda. A solidariedade tem que ir mais além do que o fato de rezar ou orar, tem que se converter em gestos concretos.

 Por fim, gostaria de encerrar com uma frase de um filósofo humanista François Rabelais:

Conheço muitos que não puderam quando queriam, porque não fizeram quando podiam".